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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Da irritante risadinha.

Sabe aqueles dias que você acorda pelo avesso? Eu, volta e meia quando acordo, não quero falar com ninguém, não quero que ninguém me dirija a palavra, odeio quando me dão bom dia. Fecho a cara! Pois foi justamente num desses dias que você não deveria ter nascido que eu fiz a besteira de ir à padaria. Tomar café. Pra ver se com muita cafeína o mau humor passava. Tava ali no balcão, quieto no meu canto, que nessas horas eu não falo com ninguém, quando chega um sujeito e pede pro atendente meia dúzia de pão careca. Daí olhou pra mim e deu aquela risadinha. E ficou me encarando. Buscando cumplicidade pra sua piada. Não agüentei. Explodi. Foi maior que do que eu. Pão Careca! Quem inventou essa merda? Existe pão cabeludo por acaso? Pão Black Power? Pão crespo? Com alisamento japonês? Com escova progressiva? Porque o diabo do pão tem que ser careca? E o cara me olhando assustado. Como se não fosse com ele! Vai tirar sarro com a cara de outro! E pneu careca? Outro dia fui fazer a vistoria do carro e o cara do Detran reclamou do meu pneu. "Vai ter que trocar. Tá meio gasto aqui". E de novo a risadinha. "De careca basta uma, né"! E eu naqueles dias de ovo virado. Ia mandar o cara pra aquele lugar, mandar ele pegar numa outra careca, quando vi um cartaz lembrando que desrespeitar funcionário público é crime e dá cadeia. Respirei fundo. Engoli em seco. Tem piadinhas que de tão recorrentes são profundamente irritantes. Quer ver um exemplo? Amigo Oculto. Era pra ser uma coisa bacana, uma confraternização, certo? Mas não. De uns tempos pra cá, inventaram junto com o Amigo Oculto, o tal do Inimigo Oculto. Que é uma coisa recente e sem nexo algum. Ou seja, você faz um agrado, pra logo depois acabar com o sujeito! Uma invenção de merda. E no dia de Natal. Essa bosta já não serve pra nada, mas todo o ano uns amigos resolvem brincar desse negócio. Acham tudo muito divertido. Extremamente divertido. E pra mim o "presente" é sempre o mesmo. Um pente sem dentes. Uma peruca. Um lustra-móveis. Uma flanela. E aquela risadinha! Todo o ano a mesma coisa! Pente sem dentes. Peruca. Lustra-móveis. Flanela. Os caras não mudam a piada! Não entendem que essa piada você já cansou de ouvir. Pior, você escuta todos os dias! Irritante!! E a porra da risadinha sem graça! Isso é que é espírito natalino? O problema não é a piada em si, mas a repetição! Eu devo ter umas vinte perucas em casa, uns 15 pentes sem dentes e uma porrada de flanelas! Ok, minha gente, EU JÁ ENTENDI!!! Não dá pra me sacanear de outra maneira? Ah, sei lá, me dá um cd do grupo Molejo, um dvd da Ana Carolina, um ingresso pra ver Macaé e Olaria na rua Bariri!

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