Descobrimos,
na Reunião dos Carecas Anônimos, que a exclusão é pior do que pensávamos. Vem
da própria etimologia da palavra. Careca vem de Cara + Sufixo “Eca”, ou seja,
uma cara+eca, um rosto nojento, que causa
repulsa. Triste, porém verdade. Raspar a cabeça de alguém significa
expor essa mesma pessoa ao ridículo, significa dizer que ela não tem qualquer
voz ativa. O ritual no Exercito Brasileiro é esse. O sujeito entra e a primeira
coisa que fazem é passar máquina zero no recruta. General tem cabelo, soldado é
careca. Paradoxalmente, a lei do tráfico de drogas, impõe às mulheres que traem
o dono da Boca, a mesma punição. Quem resolve desafiar o poder vigente, tem os
seus cabelos arrancados, num ato cruel e covarde. Os índios americanos, ao
capturar o homem branco, faziam o famoso “escalpe”, arrancavam o cabelo do
sujeito, como punição ao inimigo. O pior trote, em algumas universidades, consiste
em arrancar o cabelo do calouro, pintar o sujeito e exigir que ele consiga uns
trocados para os veteranos tomarem um porre. Ou seja, a careca é símbolo de
humilhação na sociedade. Um careca parece sempre que está em dívida com alguém
ou alguma organização. Se não tem cabelo, é porque não fez por merecer,
aprontou alguma. Algo que se repete ao longo dos anos. A mudança de paradigma
depende de nós, os Carecas Originais. Somos nós que precisamos mostrar ao mundo
que a ausência de pelos é, na verdade, uma mutação genética decorrente da
evolução da espécie. Chegará o dia em que a sociedade olhará para os carecas
com orgulho, como seres especiais, que somos. Venha para os Carecas Anônimos,
faça parte dessa luta! Começa dia 19 de fevereiro! No Teatro Miguel Falabella.
Uma série de reuniões desse grupo brilhante. Você está convidado. Traga a sua
família. A reunião é aberta a Carecas, Calvos e Simpatizantes. Contamos com a
sua presença!