Total de visualizações de página

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Escalpe, Máquina Zero e outros instrumentos de tortura.


Descobrimos, na Reunião dos Carecas Anônimos, que a exclusão é pior do que pensávamos. Vem da própria etimologia da palavra. Careca vem de Cara + Sufixo “Eca”, ou seja, uma cara­+eca, um rosto nojento, que causa  repulsa. Triste, porém verdade. Raspar a cabeça de alguém significa expor essa mesma pessoa ao ridículo, significa dizer que ela não tem qualquer voz ativa. O ritual no Exercito Brasileiro é esse. O sujeito entra e a primeira coisa que fazem é passar máquina zero no recruta. General tem cabelo, soldado é careca. Paradoxalmente, a lei do tráfico de drogas, impõe às mulheres que traem o dono da Boca, a mesma punição. Quem resolve desafiar o poder vigente, tem os seus cabelos arrancados, num ato cruel e covarde. Os índios americanos, ao capturar o homem branco, faziam o famoso “escalpe”, arrancavam o cabelo do sujeito, como punição ao inimigo. O pior trote, em algumas universidades, consiste em arrancar o cabelo do calouro, pintar o sujeito e exigir que ele consiga uns trocados para os veteranos tomarem um porre. Ou seja, a careca é símbolo de humilhação na sociedade. Um careca parece sempre que está em dívida com alguém ou alguma organização. Se não tem cabelo, é porque não fez por merecer, aprontou alguma. Algo que se repete ao longo dos anos. A mudança de paradigma depende de nós, os Carecas Originais. Somos nós que precisamos mostrar ao mundo que a ausência de pelos é, na verdade, uma mutação genética decorrente da evolução da espécie. Chegará o dia em que a sociedade olhará para os carecas com orgulho, como seres especiais, que somos. Venha para os Carecas Anônimos, faça parte dessa luta! Começa dia 19 de fevereiro! No Teatro Miguel Falabella. Uma série de reuniões desse grupo brilhante. Você está convidado. Traga a sua família. A reunião é aberta a Carecas, Calvos e Simpatizantes. Contamos com a sua presença!

3 comentários:

  1. Oi. Sou o Alexandre e moro em Floripa. Gostei do blog. Comecei a ficar careca aos 17 anos, e hoje, aos 46, sou careca assumido. Aoro! Abraços!

    ResponderExcluir
  2. Eu não sou careca, mas simpatizo totalmente com o orgulho de ter o que se tem e pronto. Assumir e tirar partido disso. O texto acima é esclarecedor, sintético. Lembro aqui que o Glauco Matoso, poeta dos pés e careca tem um livro importante sobre os trotes. O Calvário dos carecas. Uma pesquisa consistente para compreender esse aspecto da careca como humilhação.
    Abraços,

    ResponderExcluir